sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sinto-te aqui.

Pleno verão, o sol entrava todos os dias pela porta, pela porta que eu esperava tu entrares, Não o sol. Prometes-te aparecer, esperei-te, sabia que virias.
As saudades já não cabiam mais em mim, aquele amor não aguentava mais estar sem a tua voz, o teu cheiro, o teu olhar. Não aguentei, telefonei-te.
Pelo telefone dizias-me que não virias, que não iria ouvir a tua voz, sentir o teu cheiro ou o teu olhar. Fiz-me forte. Os meus olhos afogaram-se em lágrimas. Uma atrás da outra, rolaram pela minha face até que desaguaram na minha boca. Até aquele sabor me fazia lembrar de ti. Acalmei-me.
Estava sozinha em casa, naquele dia, o calor daquele sol era a única sensação boa, ali. Os meus olhos já cansados, incharam. Então, a minha mãe entrou em casa, viu me sentada no chão, completamente exausta. Limitou-se a sentar-se do meu lado, não falou. Agarrou-me com força. Senti aquele aperto mais que bom, apaixonante.
Solucei-lhe : “Vou ficar sem ouvir aquela voz, sentir aquele cheiro e aquele olhar, muito mais tempo? “. Não me respondeu.
Encostei a minha cabeça no seu ombro, aquela dor era invencível, e naquele momento tinha tomado conta de mim.
Pediu-me: “Liga-lhe ouvirás a sua voz, segura naquele cachecol, sentirás o seu cheiro, quanto ao olhar… fecha os teus olhos, verás diante de ti o seu rosto”.
Assim fiz e ali estavas tu, como todos os dias estiveste… no meu coração, querida Irmã.

“Longe mas perto”

23 de Setembro de 2010

1 comentário:

  1. *a maneira como tu escreves, põe a pensar qualquer um, continua assim, parabens isto tbm é talento...

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