domingo, 24 de abril de 2011

Esta noite.

O frio da noite já se fazia sentir, nada naquele momento poderia ser mais relaxante que o som da madeira a estalar na lareira. eu ali, ainda semi-nua conseguia sentir o teu cheiro a metros de distância. Deitado no sofá ainda com a respiração ofegante, eu olhava-te sem parar. Era impossível não o fazer. Depois daquilo.
Era sábado, a luz do sol bateu-me de rompante na cara. Sai da minha cama devagarinho, como se ela me prendesse com mil cordas. Tinha que ser.
Depois do pequeno-almoço, ainda eu estava em pijama e com os olhos entreabertos quando alguém tocou à porta, era um moço alto e muito bem-parecido trazia flores. A minha cara não poderia ter sido de tanta admiração como foi.
Naquelas flores cor-de-rosas destacava-se um pequeno e cheiroso papel vermelho. Desdobrei-o e nele descobri umas letras grandes e gordas que diziam: " Fica comigo ". O meu coração nunca antes tinha batido com tanta intensidade e com tanto rigor. De repente o telefone tocou, atendi. Eras tu. Íamos jantar nessa noite, eu e tu, somente os dois.  Levei horas a arranjar-me e outras tantas a arranjar coragem para sair de casa. Quando cheguei ao sitio combinado lá estavas tu, bonito e com um sorriso só teu. Sentei-me. A vergonha que sentia naquele momento impedia-me de olhar para a tua cara, para os teus olhos. Dali, levaste-me a passear. Por aquele jardim onde tantas vezes estivemos, e nunca assim, nunca com tantas borboletas na barriga, nunca como namorados. Por cada vez que sentia os teus lábios escorregarem nos meus o meu corpo tremia, tremia de amor, de excitação, tremia de ti. Aquele dia não poderia ser mais perfeito como estava a ser, bem me enganei. Fomos até minha casa, acendeste a lareira e desligaste as luzes. Sorriste-me de uma forma engraçada, de uma forma um tanto ou quanto perversa. Aproximaste-te de mim, tocas-te me lentamente e devagarinho começaste a tirar-me a roupa. Peça por peça, deixando não só a minha alma nua como também o meu corpo. E assim aconteceu. Foi intenso, prazeroso e cheio de paixão. Foi bom. Já dormias no sofá, quando me sentei no chão, semi-nua em frente á lareira. No chão estava caído o papel vermelho e cheiroso, desta vez olhei-o do avesso e li "esta noite". E assim foi, naquela noite.

1 comentário:

  1. Nem ha palavras para descrever este texto. Está lindo. muito bom ja to tinha dito

    <3

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