sábado, 11 de dezembro de 2010

Quase Fim.

 Foi só mais um dia em que me levantei sem a mínima vontade.
Mais um dia em que aquela dor me invadia o corpo e sussurrava ao meu ouvido coisas más que me deixavam completamente de rastos.
Deitada no sofá, de pijama a ver toda a espécie de filmes românticos que me faziam chorar, não por eles mas por mim. Como poderia eu ter chegado aquele ponto de trocar os meus amigos e a minha liberdade pela dor e solidão de ainda te ter dentro de mim? Naquele momento entrou me uma fúria que se pudesse teria arrancado o meu coração aos pedacinhos só para ter a certeza que já lá não estavas.
Ainda de lágrimas nos olhos, cabelo esgadanhado e aquele pijama que a minha avó me tinha oferecido pelo natal (um dos) a campainha tocou. Tentei mover os meus estúpidos membros inferiores até á porta, estava difícil. Eras tu, vinhas com aquele teu ar de arrependido que não tinha mais onde cair morto, e eu, ainda tentei colocar os dedos naquele cabelo para ficar melhor para ti. Sentas-te no meu sofá cheio de migalhas e não te atreveste a dizer uma única palavra. Eu não sabia se haveria de te agradecer o facto de estares ali ou o facto de me teres tornado no que eu não era. Uma pessoa sem auto-estima, sem vontade de viver, sem uma única piada para contar acerca do senhor da mercearia. Naquele momento eu não era mais a rapariga espontânea, engraçada e ridícula que um dia teria sido. Não estava mais com os meus amigos e não saia de casa. Não era eu.
 Começas-te a lamentar-te e antes que viesses com o " Amo-te " ou " volta para mim", decidi agradecer-te e desta vez pela segunda hipótese, e com ela ainda ganhas-te uma bela de uma chapada que me fez sentir viva de novo. Nunca eu pensei que me saberia tão bem.
Empurrei te para a porta. No instante em que o trinco da porta estalou senti uma nova energia a crescer dentro de mim, uma energia que subia pelas minhas pernas e acelerava de novo o meu coração. Ri-me. Desta vez de completa satisfação.
Liguei para todas as minhas amigas, tomei um banho, barrei me de cremes e olhei me ao espelho 56 vezes a dançar "Dancing Queen".
Foram os minutos mais reconfortantes daqueles últimos meses. Assim percebi que tu não me completavas, que não precisava de ti, nem de pessoas como tu para NADA. No final desse dia magnífico jantei com as pessoas mais importantes da minha vida. E no final? No final contei uma piada acerca do senhor da mercearia.

3 comentários:

  1. No meu blog esta a decorrer uma sondagem.Se puderes da la um saltinho ;) obrigado.

    ResponderEliminar
  2. juro por tudo que esta fantastico :D
    es maravilhosa, es importante, es tudo Irma,
    a partir de agora veste um pijama (um dos) que te ofereci, deita-te no sofa, fica a ver todas as series que te façam rir, e ri por nos duas.
    podes ainda estar com o cabelo esgadanhado, e ao ouvires a campanhia levanta-te a currer e vai a porta, nao precisas de arranjar o cabelo para ficares mais bonita,
    reage da forma que te apetecer, e nao perguntes quem esta do lado de la, podes nem abrir a porta, basta pores o ouvido na ranhura do correio e la te sussurrarei "amo-te minha Irma".

    ResponderEliminar